Bit Torrent – Tutorial Completo

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napster Se você é um produtor de [BP]Hollywood[/BP] pare de ler por aqui. Se for um usuário querendo aprender como funciona o mais eficiente sistema de troca de arquivos inventados, veio ao lugar certo. Com este tutorial qualquer novato que nunca baixou um [BP]MP3[/BP] irá utilizar o Bit Torrent para buscar [BP]filmes[/BP], [BP]livros[/BP], [BP]músicas[/BP] [BP]seriados[/BP] e programas compartilhados na Internet. Tutorial completo com links e arquivos.

HISTÓRIA ANTIGA

Até o século passado, transmissões de arquivos era coisa séria. Ou você assinava um serviço como o RENPAC da Embratel, um serviço de EDI como o do Infolink ou ficava à própria sorte, lidando com modems, protocolos e handshakes. Se você não sabe o que é zmodem, kermit e zoltrix, você é uma criatura mais feliz.

No tempo do BBS a comunicação era linear. Um usuário baixando um arquivo não interferia no download de outro usuário, mas também não ajudava. Era frustrante subir um arquivo, cheio de vontade, para descobrir que outro havia subido o mesmo arquivo minutos antes. Também não importava se todos menos você tinham o arquivo. Seu download não ganhava nem perdia.

Com arquivos de 16 ou 20Kb tudo bem, mas o advento do Netscape, o primeiro arquivo realmente grande a ser distribuído, tudo ficou pior. Não havia o conceito de recomeçar um download do ponto onde havia parado, as conexões eram lentas; em sua maioria trinta ou quarenta usuários compartilhavam um link de 64Kb.

Isso atrasou muito a principal função da Internet, que é a troca de arquivos de sacanagem.
Embora a quantidade de usuários e sua pulverização pelos quatro cantos do planeta tenham matado o conceito de BBS, as alternativas de distribuição de arquivos ainda refletiam aquele modelo inicial. Até hoje um download via FTP não passa de dois computadores enviando e recebendo pacotes de informação relativos a um arquivo, independente do que os computadores em volta estejam fazendo.

NAPSTER, GNUTELA E OUTROS BICHOS


napster

A primeira geração de programas peer-to-peer assumia que uma enorme quantidade de gente tinha arquivos a compartilhar, e seria benéfico fornecer uma ferramenta para que essas pessoas interagissem entre si. Funcionou muito bem. Bilhões de músicas passaram pelo Napster, tornando o MP3 um formato conhecido e tirando o sono das gravadoras. Entretanto nem tudo são flores. O [BP]Napster[/BP] baixava os arquivos de um usuário de cada vez. Você não ganhava nenhuma vantagem por baixar um arquivo popular.
Os programas como o Gnutella, que ainda sobrevive, mutado no Kazaa sofriam da mesma limitação.

DICA: As figuras são ampliáveis, basta clicar.


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Tela do NeoNapster, uma versão
politicamente correta da ferramenta.

A MULA

Seria uma alternativa interessante o eMule, mas mérito de gerenciarem melhor os downloads logo foi ofuscado por uma tendência a trazer muitos arquivos falsos, spams, vírus e pornografia ilegal. Nada garante que um arquivo baixado seja realmente o que você espera.
Outro inconveniente é o modelo de fila. Condiciona-se o download de um arquivo a diversos fatores, como ordem de chegada, quantidade de arquivos disponíveis do *seu* lado, em alguns casos até consegue-se o máximo em egoísmo on-line; troca condicional. Só permito o download do arquivo A se você compartilhar, para mim, o arquivo B.
Por isso muitos arquivos, embora tenham disponibilidade teórica, na prática são quase impossíveis de baixar pelas redes tradicionais.

O VERDADEIRO PONTO-A-PONTO

A humanidade estava razoavelmente satisfeita com o modelo existente. Pouca gente tinha banda larga, os arquivos em geral eram músicas individuais em mp3, e ninguém sentia realmente as deficiências do modelo.
Então veio o [BP]DVD[/BP]. E o leitor de DVD para micros. E o DeCSS, um programa que integrava essa bagaça toda. Junte uma gota de inventividade, um container de maldade contra a MPAA, um formato de compressão chamado divx;) e presto! Temos filmes inteiros em excelente qualidade. E uma eternidade de espera para baixar cada um deles.

MPAA – Motion Pictures Association of America – São o mal. Sério. São Satã em pessoa. Eles querem impedir que você empreste seus discos. Se juntar cinco amigos, já está violando a licença. Leia o texto de alerta em qualquer um de seus DVDs.


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Uma visão não muito exagerada da RIAA.

NASCE O TORRENT

Um sujeito muito inteligente, chamado Bram Cohen, que provavelmente tinha uma enorme coleção de filmes educativos de domínio público, pensou no problema, que na verdade tem duas partes:

  1. como distribuir uniformemente um arquivo para o maior número de pessoas simultaneamente?
  2. omo evitar filas e sobrecarga de servidor quando da fase inicial, onde somente um, ou poucos computadores possuem o tal arquivo?

A solução proposta foi simples e elegante. Por definição, todo membro de um enxame (o termo que compreende os computadores conectados a um arquivo torrent) é tanto receptor quanto transmissor.

Veja na figura abaixo o modelo tradicional versus o modelo torrent.

Modelo Tradicional: Um servidor,
nenhuma interação entre clientes

torrent
fonte: Wikimedia

Modelo Torrent: Um tracker, clientes
interagindo e trocando dados entre si

torrent
fonte: Wikimedia

No modelo tradicional temos um servidor que controla as transferências, os pacotes e arquivos disponíveis, quem está com o quê. Isso gera uma enorme carga no servidor. Se o mesmo sair do ar, diga adeus.

No modelo torrent, o servidor ainda existe. É chamado de tracker. Na prática só serve para guardar o arquivo .Torrent com as informações básicas do arquivo compartilhado, como tamanho, nome, endereço do(s) tracker(s)- sim, um torrent pode ser referenciado por mais de um tracker de cada vez – e, principalmente, dados para autenticação. Com isso você evita baixar “O convento das freiras lésbicas karatecas assassinas” renomeado para “Bambi”. Ou o contrário.

Um tracker tem outras funções. Controla sua relação de envio / recebimento. Alguns usuários não entendem o conceito de compartilhar e forçam seus clientes para que somente recebam. Isso é ruim par todo mundo, então alguns trackers impõe limites para quem só recebe sem dar nada em troca, mas nunca limitando qualitativamente o conteúdo. Nada daquele esquema de trocas de alguns servidores do eMule.

EXEMPLO PRÁTICO

A Applet abaixo foi desenvolvida pelo pessoal do site http://aphid.org. Está sendo hospedada no meu servidor para não consumir a banda deles.

Este programa é um excelente exemplo de funcionamento do Bit Torrent. Vamos entendê-lo:

Existem dois tipos de pontos em uma rede torrent: Os Seeders e os Leechers. Seeder é que semeia um Torrent, Leecher é que chupa. Vamos simular a criação de uma nova .torrent no cyberespaço.

Os comandos são simples: Tecla “+” adiciona um Leecher ao conjunto, tecla “s” adiciona um Seeder. Clique a Applet para ela ganhar o foco, em seguida tecle “+” umas 3 vezes. Verá que aparecem círculos com um espaço vazio. Esse espaço representa seu arquivo.

Com 3 ou 4 círculos orbitando, nada acontece. Precisamos de um Seeder. Tecla “s”. Veja como ele imediatamente elege um Leecher aleatoriamente como primeiro receptor. Ele está aos poucos enviando o arquivo para esse Leecher, mas por enquanto tudo ainda é igual ao modelo do eMule.

Em algum momento esse nó inicial irá começar a compartilhar com os outros, mesmo sem ter terminado o arquivo. Acrescente mais uns 5 ou 6 nós. Ideal que fique com uns 10. Aguarde alguns segundos para que a os mais recentes passem a receber dados. Veja como alguns nós bem posicionados recebem dados de diversas fontes simultaneamente!

Se você tiver paciência, verá o nó mais antigo se transformar em um Seeder. A essa altura sua tela deve estar uma teia de aranha de informações se entrecruzando.

Imagine isso em um ambiente de banda larga! A eficiência é assombrosa, sem sobrecarregar nenhum dos nós da rede. Idéia de gênio.




Bit Torrent Simulator – http://aphid.org

Clique na applet, use “s” para adicionar seeds e “+” para adicionar leechers.



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