Iraque, um exemplo para o Brasil

Compartilhe este artigo!

Calma, não estou propondo que enforquemos a Cicarelli, muito menos o “especialista” que sugeriu ao Juiz fechar o YouTube,  o exemplo é outro.

Quando surgiram os primeiros vídeos da execução do Saddam, o governo iraquiano ficou irado, mas talvez contaminado pelas idéias capitalistas imperialistas ianques de Liberdade de Expressão, não declararam um Jihad contra o YouTube ou a Internet em geral, e sim correram atrás do efetivo “culpado”, quem filmou a cena.

Aqui não, aqui matamos o mensageiro. Aqui a culpa é de quem fala, não de quem faz. Não gostamos de dedo-duros. Se eu entregar que meu vizinho faz gato no relógio, não importa que estou protegendo minha casa, minha família, de um curto-circuito nas gambiarras dele. Não importa que eu seja prejudicado com o furto de energia, que impacta no custo final de todo mundo. Em essência, serei o dedo-duro.

Em países mais civilizados o mensageiro é protegido. Vejam o El Pais, o maior jornal da Espanha. Ele não comete o erro de escrever cheio de dedos com medo do que os leitores vão pensar. Eles dão aos mesmos o direito de pensar. Não gostaram? Protestem. Faremos diferente da próxima vez. É assim que funciona.

Muitos vão achar questionável um jornal publicar o vídeo do Saddam com o pescoço quebrado que nem um frango (antes fosse a vaca). Eu questiono. Questiono todo mundo que não está me dando o direito de ESCOLHER se quero ver o tal vídeo ou não.

Notem, há uma grande diferença entre o vídeo do Saddam e fotos de acidentes. Uma coisa é um vídeo com um propósito histórico, de uma figura conhecida internacionalmente, a outra é um pobre-diabo qualquer que deu azar de estar no lugar errado na hora errada.

Nossa Justiça não nos deu o direito de escolher. Não foi atrás de quem postou o (supostamente) ilegal vídeo da cicarelli. Não foi atrás de quem filmou, não foi atrás do canal de tv que exibiu o mesmo. Céus, conseguiram ser mais covardes que a RIAA, que processa garotinhas de 12 anos.  Sequer foram atrás dos adolescentes que subiram o vídeo para o YouTube, Google Video e outros.

Acharam melhor matar o mensageiro.



Compartilhe este artigo!