É pro Fantástico?

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Eu sei, eu sei, mas eu não resisti. Fui arrancado da toca por uma “intimação” da Isabel, pois estavam fazendo uma matéria sobre blogueiros no Jornal da TVE e queriam me entrevistar.

Foi meu pior pesadelo tornado realidade. Da última vez que fui entrevistado, vão-se quase dez anos (e sim, FOI pro Fantástico) e ainda não me recuperei do trauma.

Acho que blogueiros só deveriam ser entrevistados por mídia escrita, ao menos os tímidos.

Infelizmente eu estou longe de fazer o gênero Rubens Fonseca / JD Salinger. Primeiro porque acho uma grande babaquice o sujeito ralar pra fazer algo popular e em seguida começar a reclamar de como a popularidade o está incomodando. Segundo, por saber que a profissão de jornalista não tem nada de “gramurosa”, muitas vezes é tirar leite de pedra (A Alessandra Horto, d’O Dia que o diga) e que o relacionamento entrevistador / entrevistado é uma simbiose.

Sendo assim, já que eu não podia bancar o escritor recluso e excêntrico, resolvi usar a psicologia. Melhor um lugar familiar, onde eu me sentisse à vontade.

Escolhi o Alentejano, na Rua São José, meu point preferido atualmente.

Claro, eu não contava com as mulheres.(ok, atualmente eu nunca conto, o que vier é lucro, mas vocês entenderam)

Como todos os meus brilhantes planos, esse foi por água abaixo.

Lotado. Cheio de gente, saindo cliente pelo ladrão. 3 da tarde e uma balbúrdia só.

O Paulo Garritano, testemunha ocular da história, tentava achar uma alternativa. Acabou apelando pra Produção. Conseguiram afinal um cybercafé em Copacabana, na Princesa Isabel.

Curioso foi ver como ele parecia resignado a não fazer a matéria, já que eu estava no Centro e a locação era em Copacabana.

Tolinho. Quem tá na chuva é pra se queimar, como dizia Vicente Matheus, e se me propus a colaborar com uma matéria, colaborar significa ir até onde o (cyber)povo está. E lá fomos. Itaporã, o Paulo, eu e Rodolfo, a equipe completa, na viatura dirigida pelo Jarbas (nome mais apropriado impossível).

Nota: Os carros da TVE têm ar-condicionado. Ponto a favor.

No tal cybercafé eu descobri que:

  1. Eles não servem café
  2. São super-prestativos
  3. O programa de gerenciamento do Windows é MUITO bom, não permite nem que se mude a resolução do PC
  4. Meu site fica uma merda em 800×600

Fizemos vários takes dos blogs, mostramos como é o processo de clique do AdSense, não gravaram o Mac (Aguardem uma carta do Steve Jobs) e eu sobrevivi ao questionamento.

O Garritano fez um excelente resumo do que conversamos durante a saga, e ao contrário de blogueiros que montam questionários para tentar ferrar outros blogueiros –cof esqueci o nome do cara mas vocês sabem quem é cof- adaptou suas perguntas de acordo com minhas respostas.

A lição de hoje, meninos e meninas, é que não adianta remar contra a maré. Ninguém é mais tímido, inepto e inadequado do que eu, para falar em público. Só que determinar isso não é prerrogativa minha.

Se eu começar a rejeitar convites por simplesmente não estar apto só servirá para criar uma imagem de antipático junto à mídia, e isso inclúi jornais, TV, Rádio, Podcasts e blogs.

Como eu disse pra minha Padawan, quando ela foi fazer um teste de vídeo: não tenha medo. Se você não servir, não será culpa sua. Você apenas não é quem estão procurando.

Eu prefiro mil vezes ser detonado em uma ilha de edição, por um editor ou produtor dizendo que “não funciono em vídeo” do que ser classificado como “babaca” por recusar todo e qualquer contato, baseado em minha timidez, medo e vergonha.

Claro, dentro de limites. Não estou aceitando convites da G Magazine, Brasileirinhas, Sports Illustrated e Folha Universal, por exemplo.

O Alentejano fica na Rua São José, 76. O Espaço Virtual, onde gravamos afinal, fica na Princesa, Isabel, 245, quase na Esquina da Cicciolina, mas o Portuga não estava na porta, então estavam fechados. Até sugeri gravarmos lá mas não toparam ;)



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