Amigas prostitutas: Nós podemos recusar clientes

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Existe uma lenda urbana de que a prostituta não recusa programa. Sinto informar, mas recusam sim. Já vi um amigo meu levar um toco de uma menina na Cicciolina, um inferninho de Copacabana.

Ele chamou a menina. Ela olhou, de longe, e fez que não com o dedo.
Ele insistiu, ela foi mais enfática.
Ele chamou o garçon, pediu para avisar à menina que ele queria que ela viesse até a mesa.
O garçon voltou: “Seu <piiiiiiii> (ele era vip da casa, conhecia todo mundo) eu peço desculpas mas ela disse que não quer sair com o senhor não”

Então eu pergunto: Se uma mulher que está ganhando só pra sorrir pra você pode recusar um cliente, por quê nós somos obrigados a aceitar todos os anunciantes?

É seu DEVER recusar um anunciante se não for com a cara dele. Isso se chama business, se o sujeito quer um post patrocinado, ele quer que você no mínimo não detone o produto. Se o quê o cara estiver vendendo for muito ruim, eu acho mais honesto não fazer o post do que sair detonando e ainda cobrar por isso. Claro, resenhas de sites, por exemplo, correm o risco de sair pela culatra, mas é bom deixar isso claro para o anunciante.

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Note: Não estou falando de pré-aprovação de texto. Isso não existe (ainda) em blogs. Logo existirá, quando a coisa se profissionalizar mais, mas por enquanto depende do nosso discernimento dizer que não é uma boa, antes de publicar ou escrever o post.

Outro ponto é que as agências ainda estão batendo cabeça, é complicado entender essa coisa de blogs. Sites genéricos como o www.carloscardoso.com ou o Verdade Absoluta não são, necessariamente uma suruba. Por mais genérico que um site seja ele tem a cara de seu dono. (exceto alguns, que tem a cara dos sites que reblogam)

Não é factível que uma agência de propaganda conheça todos os blogs, muito menos o perfil de cada um. Se a TecToy (a TecToy ainda existe?) resolver fazer uma campanha para divulgar um brinquedo novo, uma versão digital do Aquaplay, por exemplo, anunciaria no Blog de Brinquedo, isso é óbvio. Mas não teria necessariamente a percepção de que o Inagaki seria um excelente blog para falar do produto, e que seria perda de tempo colocar o fedelho do Slonik no circuito, ele não tem idade pra saber o que é um Aquaplay.

O nome disso é segmentação. E na blogosfera é um pesadelo. Você não lida mais com veículos, lida com pessoas. Uma ferramenta que seria excelente para as agências é uma espécie de rede social de blogs, onde fosse possível listar quem fala de determinado assunto, número de visitas, média de posts, perfil do autor, etc. Imagine o ganho em termos de tempo e de efetividade da propaganda. Afinal, se o blogueiro tem um determinado perfil, tirando os paraquedistas o normal é que os leitores se alinhem com os gostos do autor do site.

Como esse site não existe ainda, temos que depender das agências, mas é uma via de mão-dupla. Se a propaganda não der retorno, os anunciantes se afastarão dos blogs. Então é nossa obrigação, enquanto parceiros (isso soa tão gay…) maximizar o efeito da ação. Isso às vezes implica em recusar uma campanha. EU SEI, é chato abrir mão de dinheiro. Mas se a gente aceitar todo tipo de propaganda fatalmente decepcionaremos muitos anunciantes, que verão sua verba de mídia diluída e ineficiente.

Seja um pouco advogado do diabo, e recuse campanhas que não se encaixam em seu blog. A agência NÃO vai ficar puta, vai gostar, pois não estará desperdiçando dinheiro do cliente, você soará mais profissional junto a quem te contrata, e a publicidade do anunciante dará um retorno um pouco melhor, e ele ficará feliz, querendo anunciar de novo, talvez até um produto que seja a SUA cara.



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