Existe vida após o Axé

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Houve uma época em que todo o Brasil foi obrigado a abraçar sua baianidade, e adorar Axé, Lambada, Penetrada, etc. Daniela Mercury e Ivete Sangalo deveriam ser admiradas por seus dotes artísticos, falar de suas coxas era heresia. Ler Jorge Amado era pouco, para provar seu amor pela Bahia todo brasileiro deveria passar uma noite sob a lua, em um velho trapiche abandonado.

A Globo, claro, caprichou em aproveitar o Hype, com várias novelas regionais. Uma das melhores foi Tieta, com sua abertura revolucionária, onde Hans Donner fazia com Isadora Ribeiro o que todo mundo gostaria de fazer, entre quatro paredes:


A Musquinha (tm João Prista) era Tieta do Agreste, de Luiz Caldas, que se tornou referência em termos de MPB (Música Popular Baiana).

Com o tempo a moda sumiu, e foi possível ouvir música baiana por gosto (eu adoro De Volta Pro Meu Aconchego, com a Elba) e não por obrigação.

Aos músicos da época, sobrou o ostracismo fora da Bahia, como a menina do Kaoma, que acabou exilada em Brasília, ou o sucesso regional, com algumas (boas) exceções, tipo a Ivete, que é exceção e boa.

Agora descubro que o Luiz Caldas, um dos maiores ícones da época não só sobreviveu como se reinventou:

Isso mesmo, ele está fazendo heavy metal, e uma coisa posso garantir, toca guitarra melhor do que eu.

Em sua página no MySpace é possível ouvir algumas músicas do novo projeto, Castelos de Gelo, composto de 10 CDs e nenhuma faixa de Axé.

A grande sacanagem é que a própria mídia que tanto encheu a bola dos Baianos não divulga nem apóia quando algum artista resolve se reinventar ou fugir do estereótipo, como Luiz Caldas.

Agradecimentos ao Magaiver pelo link.



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