Unbranding – A Arte de Jogar Sujo Sendo Bem Podre

Compartilhe este artigo!

Vou confessar: Eu tenho um lado romântico. No fundo eu sou um idealista. Por isso o fato de ser capaz de fazer algo não me torna insensível, eu sei que uma coisa é errada, como Problogger[bb] os R$50,00 que eu aceitaria para falar bem de Hitler[bb] de forma alguma tornariam correto o extermínio de 6 milhões de judeus[bb]. Mesmo assim eu procuro não misturar o emocional com o comercial.

Claro, às vezes não é tão simples, como no caso da prática marketeira[bb] chamada Unbranding.

Em um mundo ideal o produto[bb] se destacaria por suas qualidades, a publicidade apontaria essas características e, em culturas mais competitivas apontaria os defeitos do concorrente. No nosso mundo longe do ideal, não funciona assim. O consumidor associa o produto com conceitos bem menos tangíveis, e os marketeiros abusam dessas associações. É “correto” quando você vende sucesso, quando coloca um atleta ou alguém bem-sucedido fazendo um testemunhal, mas o Umbranding ultrapassa todas as linhas do razoável e aceitável.
Que diabos é isso afinal?

Vejam esta nulidade da foto.

O nome desse desperdício em forma de gente é Snooki. Essa anã é parte do elenco de Jersey Shore[bb], um Reality Show da MTV que acompanha as vidas inúteis de um grupo de ítalo-americanos que passam o tempo todo entre festas e bronzeamento artificial. Um pessoal que faz a Paris Hilton[bb] parecer relevante e as conversas do BBB, significativas.

Como quase todo mundo de TV esse pessoal vive de aparência, só passa ilusão de ter dinheiro. Mesmo assim a Snooki toda hora é fotografada com bolsas de grife. Gucci[bb], D&G[bb], Maison Goyard e várias outras que aprendemos vendo Sex and The City[bb]. Digo, zapeando e passando sem-querer, claro.

Como pode, Arnaldo?

A explicação razoável é que os anunciantes estão fazendo product placement (em português, merchandising) e mandando as bolsas pra ela. Legal. Mas assumindo que fabricantes chiques de produtos que custam milhares de dólares não costumam contratar asnos, não faria sentido colocar um produto chiquérrimo para ser visto na mão de um ser boçal que desperta nojo, faria?
Faria se o produto colocado na mão do ser boçal fosse do concorrente.

Parabéns, isso é unbranding.

Algum gênio do marketing decidiu que queimar o filme do concorrente é melhor do que falar bem do próprio produto.

De novo, é algo que deve ser repetido: Um GÊNEO MARKETEIRO decidiu que é estratégia mandar produtos da concorrência para gente questionável e assim queimar o filme do produto.

Não que seja uma idéia nova. Antigamente já havia o boato de que a Coca-Cola comprava cascos de Pepsi para quebrar (e vice-versa) e vimos vários virais de cerveja que eram descaradamente criados por concorrente para desacreditar o produto-líder, mas o unbranding vai além. Ele tenta associar o concorrente a algo ruim, sendo que o algo ruim não tem noção ou se tem não está preocupado.  A Snooki se enche de bolsas de milhares de dólares, queima o filme de TODO MUNDO pois varia toda hora a marca que está usando e nas reuniões os marketeiros fodalhões (tm Felipe Neto) ainda devem abrir um slide Power Point mostrando o quanto sua idéia genial prejudicou a concorrência.

É muito triste que a Propaganda, algo que inspirava e emocionava hoje se resume a uma briga de trolls. Esse tipo de atitude mesmo que funcionasse -não funciona- é efêmera. É descartável, é lixo. Já a boa propaganda… bem, deixo o exemplo desde filme com as palavras de Manuel Bandeira, na voz de Herbert Vianna, assinado pelo Bamerindus e veiculado ao fechar das urnas da 1a Eleição direta para Presidente no Brasil em décadas. Foi 21 anos atrás, mas poderia ser veiculado hoje:



Compartilhe este artigo!