Africano inteligente saindo da pobreza via tecnologia? Vamos falar mal!

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Pode reparar: nos tempos de hoje a única diversão de um monte de gente é falar mal. De tudo, sempre achando um defeito, sempre puxando pra baixo. Não importa a notícia, o feito, o caso, alguém achará algo para desdenhar, menosprezar.

Mesmo assim não posso deixar de contar a história de um cafofo, uma birosca, um galpãozinho no meio de Kiandutu, uma comunidade favela do povoado de Thika, a uns 40Km de Nairóbi, capital do Quênia. Imagine Distrito Nove com menos camarões, é mais ou menos aquilo.

O cafofo em questão é sede da nada modesta Gigantic Electronics, start up criada por Amos Njoroge. Seu principal produto? Extensões.

Sim, as boas e velhas réguas, que todo mundo tem e não gasta nem um segundo pensando na importância, afinal acha-se em qualquer lugar. Só que Kiandutu não é qualquer lugar, é uma merda de lugar (vão me encher por isso). A Deal Extreme não aceita o African Express Card, então os moradores não podem sair comprando extensões pela Internet.

Os produtos que aparecem nas lojas e camelôs locais são caros, dado o custo de importadores e atravessadores. Imagine O Senhor das Armas, com o Nicholas Cage aproveitando espaço vazio no avião pra levar extensões.

Amos teve a idéia de suprir essa demanda por extensões baratas usando um produto abundante na região: Madeira. Ele projetou extensões ENORMES, com grande espaço entre as tomadas, assim podem ser utilizadas nas lojas de carga de celular (sim, tem isso).

Alguns chatos estão dizendo que a madeira quando molhada se torna condutora, e pode dar curto. Bem, se o lugar inundar, vai fazer pouca diferença se a extensão é madeira ou prástico.

Outros ecochatos estão reclamando que o uso de madeira é antiecológico. FÁCIL DE DIZER, SEU FILHO DE UMA PUTA. Sentado em seu escritório com ar-condicionado, tomando limonada gelada e punhetando seu MacBook Pro. Complicado é quando você está na merda, numa favela do Quênia, e quer melhorar sua vida um tiquinho que seja.

Amos Njoroge faz isso. Suas extensões são um sucesso na comunidade, sua fabriqueta gera receita pra economia local, empregos e principalmente esperança, pois agora os meninos quenianos têm DOIS modelos a seguir: Quando crescerem podem virar dono de start up de tecnologia ou Presidente dos EUA.



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