Sakamoto, outro monstro pra você prender: A Sandy

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Ontem quase não acreditei quando vi a Polêmica do Dia™ no Twitter. O sakamoto, aquele japonês nefasto do Uol que odeia capitalismo e ostentação, tira foto com guerrilheiro marxista mas posta de Macbook e iPhone, resolver romper os limites entre ficção e realidade.

Em um texto com título “Que tal processar Tufão pela Lei Maria da Penha?” ele destilou toneladas de masturbação sociológica explicando como é errado aplaudir o tapa que Tufão deu na Carminha, em Avenida Brasil.

Ou seja: Ele não conseguiu distinguir a sensação de júbilo que se tem ao ver o vilão receber o que merece, da misoginia e CRIME de quem realmente bate em mulher.

Sakamoto igualou Murilo Benício a Guilherme de Pádua.

Sakamoto transformou em MONSTROS quem assiste Dexter e fica feliz quando ele escapa das garras da Justiça. Pense bem; torcemos por um ASSASSINO EM SÉRIE PSICOPATA, nada menos. Quem gosta de Sopranos? Apóia a máfia. Breaking Bad? Os fãs da série fazem festas servindo metaanfetamina fake, o “herói” é um professor de química que resolveu produzir drogas.

E nem vou falar de Weeds.

O Deputado Protógenes, que como bom comunista apesar de ter iPhone e iPad não se deu ao trabalho de assistir ao trailer de TED antes de levar o filho de 11 anos para ver um filme de um ursinho maconheiro AO MENOS entende que aquilo ali é ficção. O sakamoto nem isso.

Neste post o Nerd Pai comenta de uma antiga rima infantil, “O Cravo Brigou Com a Rosa”, e como, do ponto de vista do Sakamoto, é uma clara violência, ou como diriam em Polícia 24h, Charlie 4, desinteligência entre casal com vias de fato.

Ao demonstrar impunidade a rima estaria (do ponto de vista sakamoteano) incentivando a violência, pois o cravo saiu ferido, mas a rosa, despedaçada.

Eu iria além. Sakamoto, meu herói, prenda a Sandy e Jr (como alguns fãs chamam). Veja você, como essa dupla promoveu a violência contra a mulher, o conceito arcaico de legítima defesa da honra, e em última análise, o próprio patriarcado!

Veja a letra desta música:

O que que você foi fazer no mato, Maria Chiquinha?
O que foi fazer no mato?

Eu precisava cortar lenha, Genaro, meu bem
Eu precisava cortar lenha

Quem é que tava lá com você, Maria Chiquinha?
Quem é que tava lá com você?

Era filha de Sádona, Genaro, meu bem
Era filha de Sádona

Eu nunca vi mulher de culote, Maria Chiquinha
Eu nunca vi mulher de culote

Era a saia dela amarrada nas pernas, Genaro, meu bem
Era a saia dela amarrada nas pernas

Eu nunca vi mulher de bigode, Maria Chiquinha
Eu nunca vi mulher de bigode

Ela tava comendo jamelão, Genaro, meu bem
Ela tava comendo jamelão

No mês de setembro não dá jamelão, Maria Chiquinha
No mês de setembro não dá jamelão

Foi uns que deu fora do tempo, Genaro, meu bem
Foi uns que deu fora do tempo

Então vai buscar uns que eu quero ver, Maria Chiquinha
Então vai buscar uns que eu quero ver

Os passarinhos comeram tudo, Genaro, meu bem
Os passarinhos comeram tudo

Então eu vou te cortar a cabeça, Maria Chiquinha
Então eu vou te cortar a cabeça

Que cocê vai fazer com o resto, Genaro, meu bem?
Que cocê vai fazer com o resto?

O resto? Pode deixar que eu aproveito

Isso mesmo que você leu! Não só a mulher, flagrada em uma situação de provável adultério, é completamente submissa, mesmo quando o homem determina seu cruel destino “então eu vou te cortar a cabeça” como nem a dignidade de um enterro cristão ela é merecedora.

Em uma insinuação clara de necrofilia, o homem diz que irá “aproveitar” o corpo sem vida da esposa.

Aí eu pergunto: TODO MUNDO QUE CRESCEU CANTANDO ISSO, alguém aqui se tornou assassino necrófilo?

Ficção é ficção, como Freud falou, às vezes um charuto é só um charuto. E se o charuto estiver enfiado no rabo, retire-o, ao invés de despejar suas frustrações em artigos sem pé-nem-cabeça tentando enquadrar personagens de ficção.



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